Foto : Universo Marvel 616
O lendário quadrinista John Romita Sr. faleceu aos 93 anos. A notícia foi dada na noite de terça-feira pelo filho de Romita, também quadrinista John Romita Jr, conhecido aqui no Brasil como “Romitinha”. O seu pai, John Romita, teve uma carreira ilustre na esfera dos quadrinhos de super-heróis, co-criando personagens amados como Mary Jane Watson, Wolverine e Justiceiro. Foi também considerado um dos principais quadrinhistas do Homem-Aranha, numa fase que tornou o personagem ainda mais popular.
“Digo isso com o coração pesado, meu pai, John Romita Sr. faleceu pacificamente durante o sono nesta manhã de segunda-feira”, disse o post de Romita Jr. “Ele é uma lenda no mundo da arte e seria uma honra seguir seus passos. Por favor, mantenha seus pensamentos e condolências aqui em respeito à minha família. Ele foi o melhor homem que já conheci.”
Nascido em 24 de janeiro de 1930 no Brooklyn, Nova York, John Romita Sr. se formou na Escola de Arte Industrial de Manhattan em 1947 e recebeu seu primeiro trabalho pago (para o Manhattan General Hospital) com apenas 17 anos. Depois de algum tempo trabalhando como arte-finalista em uma empresa de litografia, ele pegou um emprego como artista ‘fantasma’ na Timely Comics, a precursora da Marvel Comics. Ele continuou a trabalhar na Timely e em sua outra sucessora pré-Marvel, a Atlas Comics, mesmo enquanto estava alistado no Exército dos Estados Unidos. Seus primeiros trabalhos na época incluíram um renascimento de 1953-1954 do Capitão América, que levou à criação de M-11, o Robô Humano, visto mais recente em Agentes do Atlas.
Durante a década de 1950, Romita também fez trabalhos não creditados para a DC, antes de mudar para a empresa exclusivamente em 1958, e trabalhar em títulos de romance como Young Love e Girl’s Love Stories. Ele então voltou para a Marvel em 1966, logo sucedendo o co-criador do Homem-Aranha Steve Ditko em The Amazing Spider-Man # 39 após a briga de Ditko com Stan Lee. Durante a gestão de Romita nesse quadrinho, tornou-se o título mais vendido da empresa e apresentou personagens agora lendários como Mary Jane Watson, Rino, Rei do Crime, Shocker e George Stacy. Ele passou a contribuir por 56 edições consecutivas do título principal, inúmeras capas icônicas, bem como vários formatos de revistas e tiras de jornais.
“Eu estava trazendo um pouco mais de glamour para isso”, disse Romita mais tarde sobre o título Amazing Spider-Man para a revista Alter Ego. “Para ouvir os fãs na época, o que eu estava perdendo era o mistério e as coisas sombrias. Eles pensaram que era muita luz do dia e muita fofura. Isso é uma reviravolta engraçada, porque Stan estava preocupado quando eu estava fazendo essas coisas. Ele não ameaçou me tirar, mas constantemente me dizia que eu estava deixando Peter Parker muito bonito e todo mundo muito bonito. Até os vilões estavam começando a ficar bons, e eu estava envelhecendo menos até a Tia May. [risos] Acho que havia outro elemento por trás do aumento nas vendas. Por cerca de um ano, Ditko e Stan discordaram totalmente sobre a trama. Ditko estava roteirizando, e eles nem estavam conversando. Provavelmente já havia começado a ficar um pouco confuso para os leitores por cerca de um ano. Então, entre o fato de que eu trouxe um novo público, e não perdi muito do antigo público, eu acho, tirei o benefício do rebote.
Em 1973, Romita começou a operar oficialmente como diretor de arte da Marvel e teve um papel influente nos designs de Wolverine, Luke Cage, Justiceiro, Mercernário e Tigra, só para citar alguns. Nesse mesmo tempo, Romita se tornou o artista original das tirinhas em quadrinhos do Homem-Aranha publicadas em jornal a partir do final dos anos 1970 e ficou até 1980, sendo esta sua última tarefa artística regular.
Daí, optou por se concentrar principalmente em suas funções de Diretor de Arte nos últimos anos de sua carreira (embora ele ainda desenhou muitos quadrinhos ao longo dos anos, mas não sendo trabalhos regulares). Um de seus trabalhos posteriores para a editora incluiu a estreia de Monica Rambeau como Capitã Marvel em The Amazing Spider-Man Annual #16 de 1982, bem como uma série de edições comemorativas em toda a Marvel.
Sua esposa, Virginia, também viria trabalhar na Marvel em 1975, permanecendo lá até meados da década de 1990. E, claro, o filho de Romita, John Jr., tornou-se um dos artistas mais notáveis da Marvel nos últimos 40 anos. Em um prograna de TV chamado Comic Book Greats, o próprio Stan Lee entrevistou pai e filho:
Romita foi introduzido no Will Eisner Hall of Fame em 2002.
Nossos pensamentos estão com Romitinha, sua família, amigos e fãs de Romita neste momento
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