Foto : Sampi
Conhecida em todo o Brasil como a ‘Grávida de Taubaté’, cuja gravidez de quadrigêmeos emocionou o país, até ser desmascarada como falsa, a pedagoga Maria Verônica Santos, 37 anos, retoma a vida pública 12 anos depois do escândalo.
Ela revela ter se convertido à Igreja Católica, diz que agiu como o Filho Pródigo da parábola cristã e promete revelar “seu lado da história” da falsa gravidez em vídeos semanais nas redes sociais.
“Lembram da falsa grávida de Taubaté? Chegou a hora de contar a vocês o meu testemunho de vida. Vocês nunca ouviram a minha história. Meu testemunho será postado semanalmente”, diz ela em vídeo no Instagram, no perfil ‘Maria D Verônica Oficial’, que soma 428 publicações e 418 seguidores. Ela também criou um canal no Youtube (acesse aqui).
Fama e escândalo.
Em janeiro de 2012, a moradora de Taubaté tornou-se nacionalmente conhecida como a mulher que esperava quatro crianças e que precisa de ajuda financeira para sustentar a família.
Na época, a grávida participou de diversos programas de televisão, ganhou presentes, como enxoval e quarto mobiliado para as supostas quatro filhas, e deixou todos surpresos com o tamanho da barriga de gestação.
O caso era bastante raro. Estima-se que uma em cada nove milhões de mulheres engravide de quadrigêmeas. A história de Maria Verônica foi noticiada em diversos meios de comunicação de grande repercussão no país.
Uma semana após ter sido revelada, a taubateana já tinha aparecido em seis programas locais, com detalhes de sua gravidez, passando a se ausentar cada vez mais de Taubaté para gravar entrevistas. Viralizou, como se diz atualmente.
No entanto, o mundo de Maria Verônica desmoronou quando a farsa foi revelada. Em 15 de janeiro de 2012, o programa Domingo Espetacular, da Record, exibiu um ultrassom feito por ela em 30 de agosto de 2011, o qual não apontava gravidez. A Polícia Civil pediu um exame e um delegado afirmou que abriria um inquérito para investigar o caso.
Maria procurou um advogado que só aceitou o caso se ela provasse a gravidez. Ela não apareceu no dia da consulta, e o defensor confirmou a farsa da múltipla gestão. A barriga era de silicone com enchimentos. Em depoimento, ela própria declarou que forjou a gestação porque teria problemas psicológicos e seu sonho seria ter uma filha.
Queda e retomada.
A ‘grávida de Taubaté’ passou de atração midiática para alvo da polícia e do judiciário. Também se tornou um dos memes mais conhecidos do país, sendo lembrada até os dias de hoje. A expressão “de Taubaté” passou a ser usada pejorativamente, como sinônimo de mentira.
Ela ainda foi condenada a pagar uma indenização de R$ 4 mil à dona da clínica de ultrassom que ela havia utilizado para forjar sua gravidez. Além disso, ela foi diagnosticada com mitomania, transtorno caracterizado pelo impulso compulsivo de mentir.
Apesar do escândalo, a justiça inocentou o casal, e eles conseguiram reerguer suas vidas. Maria Verônica e o marido passaram a tocar a vida longe dos holofotes. Até janeiro de 2025.
Na última segunda-feira (20), ela postou o primeiro vídeo no recém-criado canal no Youtube, chamado de Maria Verônica e ligado à fé católica, cujo lema é “O meu amor está crucificado”.
Ela disse que postará semanalmente vídeos sobre a sua vida e conversão. Prometeu contar a sua versão da história da falsa grávida de Taubaté, e o motivo de ter inventado a gestão.
“Vamos explicar e levar até vocês a minha história de conversão. Com este canal eu venho, com a graça de Deus, retomar a minha identidade. Ou seja, até então muitas pessoas me conhecem somente como a grávida de Taubaté e, a partir de hoje, quero que vocês me conheçam como Maria Verônica”, diz ela no vídeo.
No segundo capítulo da história, em vídeo de 5 minutos publicado nesta quarta-feira (22), ela conta trechos da sua história e fala um pouco da sua conversão.
Eu me chamo Maria Verônica, sou casada com Kléber desde dezembro de 2006. Sou a última filha de 7 irmãos. Tenho um filho menino. Vim aqui para falar para vocês um pouco da minha história. ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti e já não sou digna de ser chamada tua filha’.
Em 20 de Janeiro de 2012, às 3h da manhã, enquanto a mídia fazia o sensacionalismo, um dos maiores sensacionalismos da minha vida, eu voltava para casa do pai às 3h da manhã, fazia a minha confissão e recebi a minha absolvição.
Nas primeiras horas do Ângelus recebia novamente o corpo de Cristo depois de sete anos longe do amor de Deus por minha escolha. Na época, onde tudo aconteceu, eu não processava a fé Católica por uma escolha minha, inteiramente minha, eu escolhi deixar Deus e viver uma vida do mundo.
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