Foto : Jornal O Povo / Videogame Itinerante
você transforma essa coleção em um museu ou você vai sair de casa”. As palavras ouvidas por Cleidson Lima foram ditas por sua esposa em Campo Grande (MS) e davam a dimensão da paixão do jornalista por videogames. “Chegou um ponto em que eu tinha videogames pendurados na casa inteira. Só não havia no banheiro e na cozinha”, revela.
Com o ultimato de sua companheira, ele não teve escolha: como não iria se desfazer de uma coleção de 25 anos, precisou achar outro destino para os consoles de diferentes gerações que havia adquirido. Assim, surgiu em 2015 o Museu do Videogame Itinerante, que está disponível até o final de janeiro no Shopping Iguatemi Bosque expondo mais de 350 modelos de videogames, apresentando desde a versão mais antiga até as mais recentes.
O museu ficará disponível para visitação gratuita até 29 de janeiro de 2023 em dois locais no shopping, sendo eles a praça Cordel (próxima à livraria Saraiva) e a praça Arvoredo (próxima à Magazine Luiza). Entre as relíquias estão o primeiro console fabricado no mundo (Magnavox Odyssey, de 1972) e o primeiro produzido no Brasil (Telejogo Philco Ford, de 1977).
Além de poder conhecer diferentes modelos de videogames, o público terá a chance de jogar em aparelhos clássicos, como o Atari 2600, Odyssey, Nintendinho 8 bits, Master System, Mega Drive, Sega CD, Super Nintendo, Nintendo 64, Sega Saturn, Game Cube, Sega Dreamcast, Xbox, Playstation 1, PlayStation 2 e outras versões.
Além da exposição de videogames, haverá palco de dança, simuladores de corridas, concurso de cosplay, competições de jogos antigos e atuais, controles gigantes e realidade virtual. Segundo Cleidson Lima, essa oferta de atividades paralelas acontece pelo fato de que “quem gosta de tecnologia geralmente tem outros gostos atrelados”, como animes, mangás, filmes e outros aspectos da cultura pop.
“A gente procura nesses eventos chamar todas essas tribos, todas essas pessoas que têm gosto em comum para curtirem, dentro de um evento de videogame, seus gostos pessoais”, explica. O idealizador do museu indica que a exposição passou a percorrer o Brasil em 2015 e desde então acumula milhares de visitantes anualmente.
Assim, o que antes estava aberto apenas para parentes e amigos próximos alcançou dimensões nacionais de público. Os videogames dispostos vêm da própria coleção de Cleidson. Ele relata que, enquanto jornalista, cobria a área de tecnologia e conseguia viajar “pelo mundo inteiro”.
“Cada vez que eu viajava para um país eu trazia de lá dois, cinco, até 10 videogames, principalmente os antigos. Então, essa coleção foi crescendo em 25 anos e se transformou no que é o museu hoje. Quase 600 consoles fazem parte tanto da exposição quanto da reserva, porque, como ele também permite jogar, muitos dos videogames têm três ou quatro cópias para servirem de backup”, revela.
Os visitantes irão se deparar com videogames “de todos os continentes”, segundo o jornalista. “O objetivo é sempre trazer informações para as pessoas não só jogarem, mas também conhecerem consoles do mundo inteiro. Tem videogame da Austrália, da Áustria, da Holanda, da Alemanha… Quem visita o museu tem a oportunidade de passear por essa história dos últimos 50 anos”, destaca.
Nas viagens feitas por Cleidson Lima, a principal dificuldade não eram os preços dos consoles, mas achá-los. O primeiro videogame do mundo, por exemplo, foi encontrado pelo jornalista em um brechó de produtos eletrônicos em São Francisco, cidade dos Estados Unidos, e custou apenas 15 dólares.
“Não era caro, mas isso foi há 25 anos. Era um período em que as pessoas não davam valor algum e os eletrônicos eram considerados praticamente lixo. Muita gente me procurava querendo jogar videogame fora e eu aceitava. Noventa por cento dos aparelhos funcionava”, lembra.
Nesse sentido, ele ressalta que todos os videogames enviados para o museu são recuperados e transformados em aparelhos possíveis de serem aproveitados pelo público. Cleidson conta que os consoles mais “procurados” pelos visitantes são os da década de 1990, como o Super Nintendo, anteriores como o Mega Drive e mais recentes, como Playstation 1 e Playstation 2. No espaço do museu, existe o encontro entre as gerações que “nasceram” com os videogames e as que vieram depois.
“O museu traz essa oportunidade da pessoa revisitar e conhecer videogames”, compreende o idealizador. Ele também aponta a importância do formato para a preservação da história dos equipamentos. “A palavra ‘Museu’ sempre foi atrelada a ‘coisa velha’, e na verdade o museu serve para preservar a história - mesmo a história futura, como no caso do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro”, introduz.
Ele prossegue: “O museu resgata os 50 anos de videogame de uma forma que quem visitá-lo terá a oportunidade de conhecer e jogar consoles desde a década de 1970 até os últimos lançamentos. É a oportunidade de ver que o Playstation 5 tem gráficos sensacionais, mas que para chegar a esse ponto levou cinco décadas de evolução. O objetivo é exatamente esse: fazer as pessoas conhecerem e respeitarem as diferentes épocas da tecnologia que culminaram nessa indústria tão forte do videogame”.
Museu do Videogame Itinerante
Quando: de 10 de janeiro a 29 de janeiro; visitação de segunda-feira a sábado, de 15 horas às 21 horas, e aos domingos, de 14 horas às 20 horas
Onde: Shopping Iguatemi Bosque, em frente à Saraiva e à Magazine Luiza (avenida Washington Soares, 85 - Edson Queiroz)
Mais informações: no Instagram @museudovideogameoficial e no Facebook @museudovideogameitinerante
Gratuito
Via :Museu do Videogame Itinerante chega a shopping de Fortaleza (opovo.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário