Foto : Cnn Brasil
Na noite deste sábado (27), o Teatro Pedra do Reino recebeu um grande painel de O Auto da Compadecida 2 (2024) para o Imagineland, onde foram revelados alguns detalhes inéditos sobre o filme de forma exclusiva.
Logo quando começou, foi enfatizado que a produção usou a mesma tecnologia para construção de cenários que The Mandalorian. Ou seja, estamos falando oficialmente sobre Volume no cinema brasileiro!
Caso você não seja um leitor regular do OVício e não conheça o Volume, saiba que é superficialmente um palco dentro de um set fechado, onde o cenário de um filme é exibido em gigantes telões de LED.
A tecnologia já foi mais popular em Hollywood, hoje seu uso tem diminuído em produções de altíssimo orçamento após algumas experiências ruins.
Para o diretor de fotografia Gustavo Hadba, no entanto, o Volume em O Auto da Compadecida 2 (2024) tem a função primordial de valorizar o trabalho dos atores.
"O que ficou maneiríssimo nesse filme, é que tudo isso foi a favor da direção e da atuação. Se os caras não estão contando a história, se não estão atuando como tem que ser, não existe cenário que vai fazer ficar bom, não existe fotografia que vai fazer ficar bom", disse Hadba. "Tudo que nós fizemos para recriar essa cidade mítica, é para que a história que vocês estão esperando seja contada."
A co-diretora Flávia Lacerda admitiu que escolher pela tecnologia não foi algo fácil, principalmente porque todos os envolvidos com o primeiro filme — inclusive ela, que foi auxiliar de direção — têm um carinho enorme pela cidade de Cabaceiras-PB, onde aconteceram as filmagens em 1999. A mudança de estratégia, entretanto, acabou sendo o mais viável a se fazer, uma vez que a produção teria mais dificuldade para atingir a estética planejada com locações externas.
"Foi uma dificuldade muito grande fazer essa escolha, porque eu — que trabalhei no Auto 1 — e acredito que o elenco também, somos muito, muito agradecidos a tudo que a gente viveu em Cabaceiras. Boa parte do sucesso do filme é a graças a experiência que a gente viveu lá", disse Flávia.
Uma vez batido o martelo de que Cabaceiras estava fora do jogo, a produção começou uma "pesquisa estética" da arquitetura clássica do sertão nordestino, e, de acordo com a co-diretora, fez um "acréscimo de magia" ao resultado disso, criando o novo visual de Taperoá.
"Foi um desafio muito mais complexo, porque a Taperoá virou uma cidade muito simbólica, e assim como nossos heróis, Taperoá virou uma cidade mítica no imaginário nacional", continuou a diretora.
Após esse primeiro bate-papo, foram exibidos um vídeo de bastidores e duas cenas ainda não finalizadas. O tal visual mítico chamou atenção, mesmo com as sequências inacabadas. O filme parece estar ficando bonito e com um tom narrativo bem próximo ao do original.
Quanto ao vídeo de bastidores, o destaque vai para a confirmação de que Arlindo (Eduardo Sterblitch) e Coronel Ernani (Humberto Martins) são os vilões, e vão disputar a eleição municipal de Taperoá.
A primeira cena inacabada exibida mostrou João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) cavando um poço e sendo surpreendidos pelo Coronel Ernani, que se anuncia como dono daquela água. Sem entrar em detalhes que podem estragar a engraçada cena, pode-se dizer que se trata de um clássico momento de peripécia dos protagonistas.
Já a segunda, apresentou o triângulo amoroso entre Clarabela (Fabiula Nascimento), Chicó e Rosinha (Virginia Cavendish).
Pelo que foi mostrado, Chicó está separado de Rosinha e tendo um caso com Clarabela. Sua antiga parceira, no entanto, volta para Taperoá e bagunça seu coração mais uma vez.
No fim do segundo clipe toca uma nova versão de "Como Vai Você", música de Antônio Marcos e Mário Marcos, que está na trilha sonora do filme.
Vale ressaltar que, os materiais exibidos no Imagineland não vão ser divulgados para o público geral tão cedo. Quem não compareceu ao evento só vai receber um novo vislumbre de O Auto da Compadecida 2 (2024) entre agosto e setembro, quando será divulgado o trailer oficial completo.
O momento mais emocionante do painel ficou para Selton Mello subindo ao palco ao lado de seu pai, Dalton Mello, para homenagear sua mãe, Selva Melo, que faleceu aos 83 anos no último dia 17.
Selton esteve visivelmente emocionado durante todo o painel e, admitiu que pensou em cancelar sua participação no evento, mas ao lembrar de sua história com sua mãe, percebeu que ela iria querer que o filho seguisse sua programação normal no evento em João Pessoa.
Selva foi determinante para as carreiras de Selton e Danton Mello, pois, apoiou imediatamente os sonhos dos filhos desde muito cedo, largando sua vida em Minas Gerais para levá-los para os grandes centros.
No final da homenagem, Selton reconheceu sua mãe como sua fortaleza e escolheu "Força Estranha", na voz de Roberto Carlos, como trilha sonora de fundo para uma sequência de lágrimas da plateia do Teatro Pedra do Reino.
Com todos esses elementos divertidos e emocionantes, o painel de O Auto da Compadecida 2 (2024) foi um marco para o Imagineland e para o estado da Paraíba, que mostra para os grandes estúdios que há mais Brasil do que Rio de Janeiro e São Paulo.
Com direção de Guel Arraes e Flávia Lacerda, O Auto da Compadecida 2 (2024) chega aos cinemas em 25 de dezembro.
Via : https://ovicio.com.br/auto-da-compadecida-2-ganha-detalhes-ineditos-no-imagineland-confira/
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