Foto : Polygon
Polygon, o site de jogos que já foi um dos principais veículos do império de publicações digitais da Vox Media, foi vendido para a Valnet — o conglomerado de mídia canadense responsável pelo GameRant, ScreenRant, TheGamer e diversos outros sites voltados para SEO.
Logo após a venda, grande parte da equipe se viu “poly-gone” — um trocadilho amargo, já que uma onda de demissões atingiu o núcleo editorial, incluindo o ex-editor-chefe Chris Plante.
Valnet compra Polygon e demite parte da equipe — futuro do site entra em xeque
Em um comunicado à imprensa, a Valnet celebrou a aquisição do Polygon como “perfeitamente alinhada” ao seu portfólio de jogos, destacando que o site se juntaria a outros veículos como DualShockers, Fextralife e OpenCritic.
A empresa descreveu sua abordagem como pautada por uma “excelência operacional comprovada”, mas, para a equipe veterana do Polygon, a transição trouxe mais cortes do que oportunidades.
Postagens em redes sociais e memorandos internos confirmam que nem todos os funcionários foram mantidos. Chris Plante, uma das figuras mais reconhecidas do site, publicou:
“Não estou mais com o Polygon. Se você estiver contratando, por favor, considere os muitos escritores e editores talentosos que agora estão disponíveis. Cada um deles merece um lugar em sua equipe. Não vou falar mais sobre a venda porque não estive envolvido.”
Vox Media justifica a venda; futuro do Polygon permanece incerto
O CEO da Vox Media, Jim Bankoff, classificou a venda como uma decisão estratégica diante de um cenário econômico desafiador.
“Esta transação nos permitirá concentrar nossas energias e recursos em outras áreas prioritárias de crescimento em nosso portfólio”, declarou ele após o anúncio.
Segundo relatos, uma nota interna enviada à equipe da Vox citava a disrupção na indústria e os ventos financeiros contrários como principais fatores para a decisão.
O histórico da Valnet, no entanto, gera preocupações quanto ao futuro editorial do Polygon. A empresa é frequentemente descrita como uma operação de alto rendimento e baixo custo. Uma reportagem recente do TheWrap citou um ex-colaborador que comparou as condições de trabalho em seus veículos a uma “fábrica de exploração”, com expectativas irreais e supervisão editorial mínima.
Com mais de 27 marcas sob seu controle, a Valnet vem consolidando o espaço da mídia digital, adquirindo propriedades de nome forte e transformando-as em motores de tráfego baseados em SEO. Críticos argumentam que essa estratégia prioriza volume e performance algorítmica em detrimento da qualidade e da integridade jornalística.
Além disso, alguns observam que o Polygon, que já havia perdido parte de seu público por adotar uma linha editorial mais progressista, dificilmente recuperará seu prestígio anterior sob o novo comando.
A venda ocorre pouco depois da aquisição da Fextralife pela Valnet, sinalizando um movimento mais amplo para dominar o setor de mídia de jogos. Com o controle de agregadores de críticas, hubs de guias e sites de notícias de entretenimento, a empresa levanta dúvidas sobre independência editorial e homogeneização do conteúdo.
Para fãs e críticos, o fim da era do Polygon sob a Vox representa mais do que uma mudança de dono — é uma transformação na identidade do site. E, até agora, o primeiro passo da nova gestão foi desligar grande parte da equipe que o tornou relevante.
Via : https://www.eurogamer.pt/polygon-foi-vendida-demissoes-em-massa-abalam-site-historico-de-videojogos

Nenhum comentário:
Postar um comentário