Foto : Walt Disney Company,
A Walt Disney Company, um dos maiores conglomerados de mídia e entretenimento do planeta, iniciou um novo ciclo de demissões em escala global. A decisão vem em resposta à queda consistente na audiência da televisão tradicional, enquanto o público migra cada vez mais para plataformas de streaming como o Disney+.
A empresa confirmou que os cortes fazem parte de uma reestruturação estratégica para ajustar seu modelo de negócios à nova realidade do consumo de conteúdo. O streaming, que até recentemente operava com prejuízo, se tornou lucrativo pela primeira vez no ano fiscal de 2025 — sinal claro de que o futuro está em plataformas digitais sob demanda.
O impacto das mudanças de consumo no modelo de negócios da Disney
A transformação do público: da TV ao digital
A queda de audiência nos canais tradicionais da Disney, como a ABC e o Disney Channel, reflete uma tendência global de mudança no comportamento do público. Famílias e jovens, que por décadas foram o principal público-alvo da programação televisiva, agora preferem consumir conteúdos quando e como quiserem.
As plataformas de streaming, que oferecem séries, filmes, esportes e animações sob demanda, conquistaram o espaço que antes era exclusivo da programação linear da TV. Essa mudança acelerou durante a pandemia e se consolidou nos anos seguintes.
O crescimento do Disney+ e a virada para o lucro
Lançado em novembro de 2019, o Disney+ enfrentou anos de investimento pesado para construir sua base de usuários. Agora, cinco anos depois, o serviço começa a dar retorno. Em 2025, a empresa anunciou lucro operacional positivo no segmento de streaming pela primeira vez.
Esse resultado foi impulsionado por uma combinação de fatores:
- Crescimento no número de assinantes globais
- Aumento no preço das assinaturas premium
- Redução de custos com conteúdo original
- Fusão de plataformas como Disney+ e Hulu em mercados selecionados
Demissões em escala global: o lado sombrio da reestruturação
Quantidade de funcionários afetados
Embora a Disney não tenha revelado o número exato de cortes, fontes do mercado estimam que milhares de funcionários foram afetados ao redor do mundo. As demissões atingem principalmente os departamentos ligados à TV aberta e a cabo, além de algumas áreas administrativas.
Regiões e divisões afetadas
Os cortes são distribuídos globalmente, com destaque para:
- América do Norte: departamentos ligados à ESPN e ABC sofreram cortes significativos
- América Latina: reestruturação dos canais Disney e da operação do Star Channel
- Europa: redução de equipes locais e foco na centralização de operações
- Ásia: integração de unidades sob o guarda-chuva da Disney Streaming
Estratégias para o futuro: o que a Disney planeja
Foco em conteúdo premium e franquias consolidadas
Com o streaming no centro de sua estratégia, a Disney aposta alto em franquias de sucesso, como Marvel, Star Wars, Pixar e National Geographic. Novas produções já estão em andamento para garantir conteúdo exclusivo e manter a fidelização do público.
Inteligência artificial e automação
Outra frente da transformação é a adoção de tecnologias baseadas em inteligência artificial. A empresa está investindo em automação para áreas como recomendação de conteúdo, tradução automática e até mesmo roteirização de produções.
Menos canais, mais plataformas
A tendência é o encerramento gradual de canais lineares em vários países. Em mercados como o Brasil e o Reino Unido, a Disney já anunciou o fim de canais tradicionais, como Disney XD e NatGeo Wild. A nova política prioriza experiências digitais integradas por meio do app Disney+.
O contexto do mercado de mídia global
Concorrência acirrada no streaming
A Disney enfrenta forte concorrência de gigantes como Netflix, Amazon Prime Video, Apple TV+ e HBO Max. Apesar da conquista da lucratividade, manter-se relevante exige investimentos constantes em conteúdo e tecnologia.
Publicidade digital como nova fonte de receita
Em paralelo, a Disney também introduziu planos com anúncios no Disney+, semelhante ao que já ocorre na Netflix. A expectativa é atrair um público mais sensível a preço, sem perder receita por completo.
Pressão dos acionistas
Investidores pressionam a empresa por resultados sustentáveis. A lucratividade do streaming é um passo importante, mas a companhia ainda precisa lidar com o elevado endividamento oriundo da compra da 21st Century Fox em 2019.
Reação do mercado e da opinião pública
Ações da Disney em alta
Após o anúncio do lucro no streaming, as ações da Disney subiram cerca de 4% na bolsa de Nova York. No entanto, o impacto positivo foi moderado pela notícia das demissões em massa, que geraram críticas sobre a responsabilidade social da companhia.
Sindicatos e ex-funcionários protestam
Nos Estados Unidos, sindicatos ligados ao setor audiovisual divulgaram notas de repúdio contra as demissões. Alegam que a Disney prioriza lucros em detrimento da estabilidade dos trabalhadores. Em redes sociais, ex-funcionários também compartilharam suas histórias com a hashtag #DisneyLayoffs.
O legado em transição: da era da TV para o domínio digital
A Disney está diante de um momento histórico. Enquanto abandona um modelo que sustentou seu império por décadas — a televisão linear —, aposta em um novo paradigma digital que ainda está em formação. A transição não é simples nem indolor, mas parece inevitável diante das transformações do mercado e do comportamento do consumidor.
O sucesso do Disney+ e a lucratividade do streaming são marcos importantes, mas o desafio agora é manter a inovação sem perder os valores que fizeram da marca um ícone mundial.
Conclusão
As demissões globais na Disney não são apenas um reflexo da crise da televisão tradicional, mas um sinal claro de que a era do conteúdo digital chegou para ficar. A empresa, que soube se reinventar ao longo de seus 100 anos de história, tenta agora construir um novo capítulo baseado em tecnologia, dados e streaming.
O futuro da Disney dependerá de sua capacidade de equilibrar inovação com responsabilidade social — e de continuar encantando gerações, mesmo que não mais pela TV.
Via : https://seucreditodigital.com.br/disney-demissao-apos-queda-na-tv/

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