17 de agosto de 2025

Após 133 anos, Kodak pode encerrar atividades.




 Foto : Kodak


Kodak, empresa que revolucionou a fotografia mundial, vive um dos momentos mais críticos de sua história. Após 133 anos de operação, a companhia alertou que pode encerrar suas atividades se não conseguir cumprir obrigações financeiras que somam cerca de US$ 500 milhões.

No mais recente relatório à SEC, a Kodak afirmou que não possui financiamento garantido ou liquidez suficiente para quitar dívidas que vencem nos próximos 12 meses. A situação fez com que as ações da empresa despencassem 26%, refletindo a preocupação do mercado com sua sobrevivência.

O impacto financeiro é resultado de uma reviravolta abrupta: a empresa passou de um lucro de US$ 25 milhões no ano anterior para um prejuízo líquido de US$ 26 milhões no último trimestre. Além disso, queimou US$ 46 milhões em caixa, restando apenas US$ 155 milhões disponíveis.

Medidas emergenciais

Para tentar aliviar a crise, a Kodak anunciou o encerramento do seu plano de pensão nos Estados Unidos, medida que pode liberar cerca de US$ 300 milhões. A expectativa é de que esse montante seja usado para pagar parte da dívida, embora o processo dependa de aprovações e não esteja totalmente sob controle da companhia.

Legado e contribuição histórica

Fundada por George Eastman no final do século XIX, a Kodak transformou a fotografia em uma atividade popular, com produtos como as câmeras Brownie e Instamatic. Sua influência foi tamanha que, nos anos 1970, dominava 90% do mercado de filmes e 85% do de câmeras nos Estados Unidos.

A concorrência e a inovação

Mesmo pioneira no lançamento da primeira câmera digital em 1975, a empresa não conseguiu acompanhar o avanço da fotografia digital e dos smartphones. Enquanto marcas atuais apostam em tecnologias de ponta, como a câmera DJI Osmo 360 que grava em todas as direções em 8K, a Kodak ainda tenta encontrar um caminho para se reinventar.

Crises anteriores e tentativas de reinvenção

Em 2012, a Kodak pediu falência, acumulando dívidas de US$ 6,75 bilhões, mas saiu da recuperação judicial no ano seguinte com foco em impressão industrial e produtos licenciados. A marca, que já foi sinônimo de inovação, também tentou diversificar suas operações com a produção de impressoras, químicos especiais e até uma entrada no setor farmacêutico.

O futuro incerto

Apesar das dificuldades, o CEO Jim Continenza afirmou que a empresa segue comprometida com seu plano de longo prazo. “Continuamos a fazer progressos apesar dos desafios de um ambiente de negócios incerto”, declarou.

O possível fim da Kodak ocorre em meio a um curioso renascimento do interesse por fotografia analógica entre jovens, especialmente da Geração Z. No entanto, especialistas apontam que essa tendência é mais nostálgica que sustentável, dado o alto custo dos filmes e a dificuldade para revelá-los.

Seja qual for o desfecho, a trajetória da Kodak já está marcada como uma das mais emblemáticas histórias corporativas do século XX, lembrando ao mercado que até os gigantes da inovação podem ser superados pelas mudanças tecnológicas.









Via : https://www.mundoconectado.com.br/cameras/apos-133-anos-kodak-pode-encerrar-atividades

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