27 de novembro de 2025

James Cameron critica Netflix e defende que filmes de streaming não merecem Oscar.

 


Foto : Serie em Cena


O diretor James Cameron, responsável por alguns dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos, incluindo “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009), disparou críticas contundentes contra a Netflix durante entrevista ao podcast “The Town with Matthew Belloni”. 

Em resposta direta à disputa pela aquisição da Warner Bros., travada pela Paramount, Comcast (dona da Universal) e Netflix, o cineasta declarou sua preferência pela Paramount e afirmou que a compra pela Netflix “seria um desastre” para o futuro da indústria cinematográfica.​


O incômodo de Cameron tem raiz em declarações públicas do CEO da Netflix, Ted Sarandos, que em abril de 2025 classificou a experiência tradicional de ir ao cinema como “ultrapassada” e sugeriu que filmes exibidos nos cinemas “estão mortos”. Em entrevista à revista Time, Sarandos reafirmou que a Netflix estaria “salvando Hollywood”, uma fala que desagradou profundamente a Cameron.​​


Para Cameron, a abordagem da Netflix de exibições limitadas em salas de cinema — como ocorreu com “Frankenstein” de Guillermo Del Toro — representa uma “isca para trouxas” e compromete a essência da obra cinematográfica. “É isca para trouxas. ‘Vamos lançar o filme por uma semana ou dez dias. Vamos nos qualificar para o Oscar’. Isso é fundamentalmente podre. Um filme deve ser feito como um filme para o cinema, e o Oscar não significa nada para mim se não significa cinema”, disparou o diretor, ironizando a estratégia de divulgação da plataforma.​​


Cameron argumentou que a Academia estaria sendo “cooptada” por essa estratégia limitada de distribuição cinematográfica, o que seria “horrível” para a integridade da premiação. Ele reforçou que essa filosofia compromete fundamentalmente o que representam os prêmios do Oscar: “Acho que eles foram cooptados, e isso é horrível”.​​


Vencedor de três Oscars por “Titanic” — Melhor Diretor, Melhor Edição e Melhor Filme — Cameron apresentou um critério claro para que produções oriundas de plataformas de streaming possam concorrer à premiação: exibição “em dois mil cinemas durante um mês, em uma distribuição significativa”, equivalente ao que longa-metragens tradicionais recebem. Segundo sua visão, sem esse mínimo de exposição cinematográfica global, a obra não se qualificaria como “cinema” de fato.​​


“O Oscar não significa nada para mim se não levar em conta a experiência nos cinemas”, reafirmou Cameron, condensando sua posição sobre a primazia da experiência cinematográfica tradicional frente aos novos modelos de distribuição.​




Via : https://pipocamoderna.com.br/2025/11/james-cameron-critica-netflix-oscar-cinema-titanic/

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